quinta-feira, 29 de março de 2012

Honra teu pai e tua mãe - Por Kátia Cleone Neves.


O quinto mandamento (Êx 20.12; Dt 5.16) dá início aos princípios horizontais, isto é, aos relacionamentos interpessoais. É também o primeiro que vem seguido de uma promessa, mostrando de forma especial a importância da família e da união de seus membros.

Deus é o criador de todas as coisas. Ao criar o homem Ele viu que não era bom o homem viver só. Mesmo rodeado pelas belas criações de Deus e recebendo a visita do Criador na viração do dia, Adão não estava completo, ele não tinha alguém da mesma espécie para comungar. Por isto Deus providenciou para ele uma companheira, uma adjuntora.
E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjuntora que esteja como diante dele. [...] Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das costelas e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada (Gn 2.18,21-23).

Agora Adão não estava mais sozinho, ele tinha alguém da mesma essência para se relacionar. Conforme Bentho (2006, p. 24),
[...] Faltava ao homem alguém que lhe fosse semelhante, ossos dos seus ossos, carne da sua carne, alguém que se chamasse “varoa” porquanto do “varão” foi formada. Essa correspondência não foi encontrada nos seres irracionais criados, mas na criatura tomada de sua própria carne e essência. A mulher era ao homem o vis-à-vis de sua existência. Seu reflexo. Partida e chegada.

Da união do primeiro casal e dos filhos nascidos deste relacionamento, surge o núcleo familiar, este não é fechado, mas dinâmico e assim novos membros vão sendo inseridos neste contexto familiar, formando também o primeiro sistema social.

O lar é o lugar onde passamos a maior parte das nossas vidas, ele é uma escola onde aprendemos a nos relacionar, se a família segue os ensinamentos de Cristo, então este deve ser um local de amor, companheirismo, solidariedade, cumplicidade. É por isto que Deus nos deixou diretrizes, pois seu coração de Pai amoroso deseja ver a alegria e realização de seus filhos. Segundo o Pastor Josué Gonçalves (2002, p 20,21): Quando Cristo é Senhor, o lar passa a ser: Uma capela. (lugar de adoração em família), Um refúgio. (lugar de descanso), Uma escola. (lugar onde se aprende a ética cristã).

Para que este núcleo familiar funciona-se dentro da vontade de Deus, Ele preestabeleceu em sua Palavra as orientações para cada membro da família. Contudo vamos nos ater ao quinto mandamento e a ordem de Deus especifica para os filhos. “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá” (BÍBLIA, Êx 20.12). “Honra teu pai e tua mãe, conforme o Senhor, teu Deus, te ordenou, a fim de que teus dias se prolonguem e que sejas feliz sobre a terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (BÍBLIA, Dt 5.16).

As promessas que acompanham este mandamento têm um enfoque tanto quantitativo: “para que se prolonguem os teus dias na terra”, quanto qualitativo: “que sejas feliz”. Como nosso Pai celeste Deus deseja ser honrado por seus filhos, de igual forma ele deseja que tenhamos esta mesma postura em relação aos nossos progenitores.

Os filhos têm a obrigação de cuidar, respeitar, amar e honrar seus pais. “ “Honrar” traduz o vocábulo kabod e significa dar peso, dar importância, dar significado, valorizar, venerar, ter apreço, prestigiar” (REIFLER, 2009 p.46). Segundo o pastor Jaime Kemp (2001, p54) “Honrar alguém é dar importância à pessoa encarando-a como um presente de alto valor e colocando-a em posição digna de grande respeito em nossa vida”

Este mandamento não se restringe apenas as crianças, ele continua tendo o mesmo peso para os adultos, encanto nossos pais viverem devem ser honrados por nós. “Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes tua mãe porque envelheceu” (BÍBLIA, Pv 23.22).


Os pais idosos devem ser assistidos por seus filhos na velhice, esta assistência deve preencher todas as suas necessidades de ser integral, isto diz respeito às necessidades emocionais, espirituais, afetivas e financeiras. Os fariseus foram repreendidos por Jesus, por não dar assistência aos seus pais, no lugar de cuidar deles, eles davam ofertas ao tesouro do templo e assim achavam que estavam livres de suas responsabilidades filiais.
Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe, e ainda: Aquele que amaldiçoar pai ou mãe seja punido de morte. Mas vós dizeis: Se alguém disser a seu pai ou à sua mãe: o auxílio que devias receber de mim é qorban, isto é, oferenda... vós permitis que ele nada mais faça por seu pai ou sua mãe: assim anulais a palavra de Deus com a tradição que vós transmitis (BÍBLIA, Mc 7.10-13).

A palavra de Deus nos garante longevidade e felicidade ao obedecermos a seus mandamentos, quando honramos nossos pais estamos honrando a nós mesmos, e deixando um maravilhoso exemplo para os nossos filhos.
Todos nós, como filhos, temos semelhanças que herdamos de nossos pais, como características emocionais, tendências e, em nossos corpos as marcas genéticas deles. Os cromossomos são os “tijolos” que o Senhor usa para construir nosso desenvolvimento físico e na concepção, a metade exata deles vem de cada progenitor. Sendo assim, é óbvio que nunca poderemos escapar da influência de nossos pais. Cada célula do nosso corpo declara e evidencia a imagem deles em nossa vida. Por isso, quando Deus fala para os filhos honrarem seus pais é porque ao desonrá-los não fazemos nada além de desonrarmos a nós mesmos! (KEMP, 2001, p. 58).

A observância das instruções do Senhor nos conduz a trilhar um caminho iluminado, pois a sua Palavra é luz (Sl 119.105), quando ignoramos seus mandamentos e tratamos nossos pais com rancor, e desrespeito contínuos estamos sendo conduzidos a escuridão, e aquele que anda em trevas, tropeçará. (1 Jo 2.9-11).

Sabemos que na sociedade contemporânea existem inúmeros conflitos familiares, muitas vezes os pais não são aquilo que deveriam ser para seus filhos, contudo estas situações não invalidam as diretrizes divinas. Jesus nos concede graça para que possamos cumprir sua palavra, precisamos nos submeter à ação do Espírito Santo para que Ele aja em nossa vida. “O amor não é manufaturado. É algo que Deus cria em nosso coração, que o Espírito Santo produz quando nos colocamos sob sua dependência, na totalidade do nosso ser, de nossas emoções, ações, pensamentos e permitimos que Ele aja” (KEMP, 2001, p. 31).

No Novo Testamento a relação familiar deve ser estruturada de forma bilateral e dialética, ou seja, os pais e os filhos têm privilégios e responsabilidades. O apóstolo Paulo em sua epístola aos Efésios nos elucida sobre a atitude deste relacionamento bilateral. Os filhos devem honrar aos seus pais, isto inclui a obediência, o respeito e a assistência. E os pais devem amar seus filhos, cuidar de suas necessidades e instruí-los no caminho e no temor do Senhor.


domingo, 25 de março de 2012

Quando a resposta de Deus não é a que esperamos - Por Kátia Cleone Neves.


Eram 10h15min da manhã do dia 22 de outubro de 2005, não sei como estava o dia lá fora...  Meu coração estava apertado, um misto de desespero e esperança, eu estava andando de um lado para o outro dentro do quarto de hospital...

Deitado ali naquele leito estava meu pai, contudo... Não parecia ser ele, meu pai sempre foi vibrante, alegre, agora o homem que eu via estava calado, magro, frágil...

De repente ele levantou a mão e eu me aproximei, parecia que ele tinha lido o meu coração, então ele colocou a mão sobre a minha cabeça e orou: “Senhor, concede paz ao seu interior, que a vida dela seja uma benção, que ela sempre possa te servir com um coração voluntário”...

Meu querido pai, falando com seu pai celestial ao meu favor. Seu corpo físico estava frágil... Porém seu espírito se fortalecia.

Orar era para ele um hábito e um prazer adquirido ainda na tenra idade.

Nasci em um lar cristão, e tive minhas experiências pessoais com Deus ainda na minha infância e adolescência, tudo corria bem...

Em outubro de 2005, meus pais vieram de Criciúma, onde meu pai era pastor vice-presidente para me visitar, antes de retornar a Criciúma meu pai orou por mim e eu fui viajar para São Miguel do Oeste onde iria ministrar em um congresso infantil.

Quando retornei, recebi a noticia que meu pai estava doente, liguei para minha mãe e ela me falou que ele estava esquecendo as coisas, o médico tinha diagnosticado com estresse, porém durante a semana ele foi ficando cada dia pior, e quando liguei na sexta-feira, mamãe falou que ele não se lembrava dela, fiquei desesperada e fui a Criciúma buscar eles para que ele fosse tratado aqui em Itajaí.

Foi assim que se iniciaram os vinte dias mais difíceis da minha vida. Meu pai foi internado e diagnosticado com três tumores no cérebro (Gliobastoma multiforme).  

A cada dia seu corpo físico ficava mais debilitado, contudo seu homem interior se fortalecia, ele não lembrava quem eu era, mas continuava a orar e pregar de uma forma tão maravilhosa que muitos saiam daquele quarto edificados. Jesus curou o moço que estava internado no mesmo quarto esperando para ser operado, e ele aceitou a Jesus como seu Salvador.

Muitas pessoas me diziam que Jesus iria curar o meu pai, que era apenas para que tivéssemos experiência com Ele... Durante esses dias quando meu pai estava chorando eu perguntei para ele se estava com muitas dores, ele me olhou com os olhos verdes brilhantes, começou a falar em mistérios e me disse: “O céu é muito lindo, os anjos vão me servir, Jesus está me esperando”

Daquele quarto em apenas vinte dias, eu vi meu pai deixar a esfera terrena, sua mente esqueceu-se das coisas daqui, mas em nenhum momento ele se esqueceu da Palavra de Deus...

No dia 4 de novembro, meu pai falou que o Senhor o estava chamando e assim rodeado por suas quatro filhas, quando eu ainda estava com minhas mãos sobre seu peito clamando a Deus por sua vida, ele partiu...  Retornou ao seu lar, o lar que ele tinha tantas saudades.

Hoje estou compartilhando com você esta experiência, para salientar a importância de estarmos firmados na Palavra de Deus, não em sentimentos, não em emoções, mas na Palavra de Deus...

Muitos por emoção nos falaram que Jesus iria curar o meu pai, muitas igrejas estavam em oração por Ele no Brasil e exterior... Porém Deus é Soberano e Ele tem o direito de fazer o que lhe apraz.

Se eu e minha família tivéssemos nossa fé fundamentada em sentimentos, em palavras humanas talvez após não se cumprir as previsões, tivéssemos nos decepcionado com Deus, mas por conhecer a sua Palavra continuamos a servi-lo de todo o coração. Deus é amor, e apesar da dor e da saudade eu sei que Ele sempre faz o melhor e cuida de nós.

Se você está passando por adversidades confie no Senhor, ele sempre responde as nossas orações com aquilo que é o melhor...

Embora às vezes sua resposta possa ser não.

Não a nossa vontade...







Pastor: Antonio Neves



quinta-feira, 22 de março de 2012

Alegrai-vos na esperança! Por Kátia Cleone Neves.

A esperança pela sua própria natureza diz respeito ao futuro. Por isso o Apóstolo Paulo nos diz no capitulo oito e versículos 24,25 de Romanos:
Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança: porque o que alguém vê, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.
Percebemos então que a esperança está intimamente ligada à confiança a fé (Hb 11.1).
O mundo vive hoje uma escassez de esperança, justamente porque a esperança do mundo tem sido depositada em alicerces que não podem sustentar esta esperança de forma efetiva. A sociedade contemporânea tem como fundamento basilar da sua esperança, homens, bens materiais, saúde, posição...
Muitos depositam sua esperança de um futuro melhor em homens, em tempo de eleição política vemos como as pessoas procuram encontrar alguém que possa contribuir para melhorar as condições socioeconômicas, permitindo assim uma vida mais justa e feliz.
Outros depositam suas esperanças em seus próprios bens, acreditam que as riquezas são as fontes de alegria e segurança futura.
A saúde e o vigor físico da juventude são para muitos sua segurança e esperança de um futuro bem sucedido, nesta sociedade que enaltece o narcisismo e o hedonismo.
Porém, fazendo uma análise do sistema basilar da sociedade contemporânea, percebemos a fragilidade da mesma. Desta forma com o passar do tempo vemos a esperança se transformando gradativamente em decepções, em frustrações, angustias e depressões.
O salmista Davi faz um paralelo entre “Esperança” e “Confiança” quando nos diz: Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nos faremos menção do nome do Senhor nosso Deus (Sl 20.7).
Enquanto o mundo vive aflito não tendo um fundamento firme que sustente a sua esperança, nos os filhos de Deus podemos nos alegrar, conforme nos instrui o apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos 12.12: Alegrai-vos na esperança.
Os cristãos em Roma a quem a carta do Apóstolo foi endereçada não viviam um mar de rosas, enfrentavam perseguições, lutas e provações, porém Paulo diz que eles devem se alegrar, isso não se refere a uma alegria momentânea, ou passageira fruto da ausência de adversidades, refere-se a um verdadeiro regozijo.
Mas, como isso é possível? Existem realmente motivos para que os filhos de Deus se alegrem, há esperança em meio a este mundo conturbado em que vivemos?
A resposta é sim! Sim podemos nos alegrar, podemos nos regozijar, porque a nossa esperança têm um sólido alicerce, não muda, não sofre variações, não mente...
O sistema basilar da esperança do cristão é constituído de três alicerces:
1.     Deus e seus atributos incomunicáveis e comunicáveis;
2.     Jesus Cristo e sua obra consumada;
3.     A palavra de Deus.

Quando tiramos nossos olhos dos problemas cotidianos e erguemos nossos olhos e pensamentos para o nosso Deus, trazendo a memória aquilo que nos dá esperança, relembrando e meditando em sua grandeza, misericórdia e amor, somos restaurados e nossa esperança é edificada.
Precisamos lembrar de quem Deus é, dos seus atributos, precisamos trazer a memória que apesar das adversidades da vida Ele é o Grande EU SOU, e continua no controle de todas as coisas.
De igual forma ao olharmos para Jesus trazendo a memória sua obra consumada na cruz, somos fortalecidos e nossa esperança é avivada.
Outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, e naquele que se levantar para reger os gentios, os gentios esperarão. Ora o Deus de esperança voz encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo (Rm 15.12,13).

Jesus é a raiz de Jessé, e em sua vida, morte e ressurreição podemos nos alegrar. Por meio de Cristo fomos reconciliados com Deus, e como seus filhos podemos confiar que nosso pai supri as nossas necessidades.
A Palavra de Deus é o terceiro alicerce onde você pode fundamentar a sua esperança, nela encontramos conforto e promessas que jamais passaram. Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança (Rm 15.4).
Destartes quero trazer a memória o que nos trás esperança, e convidar você a ser o portador desta mensagem a esta sociedade aflita onde você está inserido.
 








quarta-feira, 21 de março de 2012

Ética e Religião - Por Kátia Cleone Neves.


A discussão entre os gregos antigos girava em torno da cosmologia, [1] era necessário produzir doutrinas práticas que orientassem o viver bem. Este viver bem era alcançado através da virtude e da harmonia em atitudes diárias com o próximo e com a natureza.

A harmonia com a natureza, não se resumia apenas a uma questão ecológica, mais a uma questão moral, pois eles acreditavam que existia uma lei moral no mundo, esta lei permitia ao homem viver e se realizar como ser humano racional, ou seja, viver de acordo com a sua natureza.

Destarte, a lei moral seria um aspecto da lei natural. As religiões antigas, assim como a religião grega era bastante naturalista, para estes povos os deuses eram personificações das forças naturais. Portanto, ser ético ou moral era viver e agir de forma a satisfazer os deuses, tais como: o raio, a força, a chuva, a terra, etc.

A religião judaica vem trazer uma mudança significativa nesta forma de compreender o mundo e se relacionar. Diferente da concepção grega, o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, não se identifica com as forças da natureza, pois ele é um Deus Transcendente, estando acima de tudo o que há de natural.

Esta compreensão de um único Deus superior as forças naturais, traz uma mudança profunda em termos éticos e morais. De acordo com (VALLS, 1994, p.36).

Em termos éticos ou morais, isto tem uma consequência profunda: quando o homem se pergunta como deve agir, não pode mais satisfazer-se com a resposta que manda agir de acordo com a natureza, mas deve adotar uma nova posição que manda agir de acordo com a vontade do Deus pessoal.

Para agir de acordo com a vontade de Deus, se faz necessário conhecer a Deus e a sua vontade. Sendo Deus grande em misericórdia não deixou a humanidade sem este conhecimento, antes se revelou, de forma que todos possam conhecê-lo e se relacionar com ele de forma pessoal e amorosa.

Como seres humanos finitos, não poderíamos por nos mesmos conhecer a Deus que é infinito e transcendente, a não ser que Ele se revelasse a nós. Por seu infinito amor, Deus tornou possível o conhecimento da sua vontade para a humanidade. A princípio por meio de suas obras, isto é, a criação.


Os céus proclamam a glória de Deus; e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes, em toda a extensão da terra, e as suas palavras até ao fim do mundo (BÍBLIA, Salmos 19. 1-4).

Porém, na Palavra de Deus temos uma revelação muito maior e especial, sendo dupla esta revelação:

Ø  A Bíblia – a palavra escrita,

Ø  Cristo – a palavra viva (Jo 1.1).

Devido à queda do homem esta dupla revelação se tornou necessária. “A revelação especial era necessária porque a raça humana havia perdido o relacionamento de favor que, antes da queda, tinham com Deus” (ERICKSON, 2008, p.56).

Diferente então dos filósofos gregos, os hebreus, não partiram em busca do viver bem, como o objetivo final da existência humana. Os descendentes do patriarca Abraão, e herdeiros da aliança divina, procuravam viver e agir pautados no conhecimento de Deus e em suas instruções.

Estas instruções foram dadas por Deus ao seu povo, por intermédio de seu servo Moisés no Sinai, no decálogo encontramos as orientações para o viver diário, bem como para o relacionamento com Deus.

A revelação de Deus é voltada para a educação e o aperfeiçoamento do homem, diante disto podemos dizer que Ele é um Deus pedagógico, buscando no caminhar diário, ensinar e conduzir seus filhos a uma vida de plenitude, tanto terrena como eterna.

Na Bíblia encontram-se as orientações para uma vida de fé e de prática, a ortodoxia[2] e a ortopraxia[3] não se exclui, mas juntas representam a revelação de Deus para a humanidade.


Diante deste contexto podemos perceber a diferença basilar entre a ética filosófica e a ética cristã. Embora as duas se preocupem com assuntos morais, a metodologia utilizada pela visão filosófica é quase oposta a da ética cristã.

ÉTICA FILOSÓFICA E ÉTICA CRISTÃ

A ética filosófica busca a verdade e o bem pela razão, conforme os conceitos da época, por isto é mutável e relativa. Ela é descritiva e subjetiva.

A ética cristã não busca a verdade e o bem primeiramente pela razão, ela não exclui a razão, mas a leva cativa à obediência de Cristo. Ela é imutável e absoluta, com caráter objetivo e normativo.

ÉTICA FILOSÓFICA
ÉTICA CRISTÃ
Ciência dos costumes e hábitos
Revelação da vontade divina
Descritiva
Normativa
Relativa
Absoluta
Imanente
Transcendente
Situacionista
Direcionista
Subjetiva
Objetiva
Mutável
Imutável
   Quadro 1 – Fonte: REIFLER (2009. p.16).

A ética cristã vai além dos costumes, comportamentos ou atitudes, ela direciona o homem para viver de acordo com a vontade de Deus, e mostra o bem e o mal de acordo com o que está revelado nas Sagradas Escrituras. Contudo ela não é apenas lei, ou norma, ela é vida e evangelho.  Sua abordagem parte de uma visão teológica, cristã e evangélica.

Ø  Visão Teológica: Para se viver uma ética cristã é imprescindível conhecer a Deus. Todo o estudo do comportamento moral da humanidade parte e é determinado pelo conhecimento de Deus e de sua revelação registrada nas Sagradas Escrituras. É uma ética teocêntrica, e não antropocêntrica, isto é, o centro é Deus, não o homem.

Ø  Visão Cristã: Cristo é o centro, e o exemplo da ética cristã. Ela só é cristã, pois é condicionada a Cristo. Para se viver uma ética cristã, é preciso seguir os ensinamentos de Cristo, revelados nas Sagradas Escrituras.

Ø  Visão Evangélica: A ética cristã é evangélica, pois parte da reflexão do evangelho, ou seja, das boas novas encontradas na Palavra de Deus, estas boas novas são encontradas tanto no preâmbulo do decálogo como nas boas novas que Jesus Cristo pregou e viveu.


A ética cristã tem seu alicerce no conhecimento de Deus, por isso antes da ortopraxia é preciso conhecer a ortodoxia, pois é o conhecimento da verdade que leva o homem através da atuação do Espírito Santo, a uma ação correta. “O ser e o fazer estão implícitos no crer, bem como o verdadeiro crer influencia o ser e resulta no fazer” (REIFLER, 2009, p.32).

A estrutura basilar da ética cristã está em se conhecer a Deus e a sua vontade.






[1] Estudo filosófico do mundo.
[2] Ortodoxia – conjunto de doutrinas provindas da Bíblia, e tidas como verdadeiras de conformidade com os credos, concílios e convenções da igreja.
[3] Ortopraxia – Pureza da prática cristã – o agir correto.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Resgatando a arte perdida de fazer discipulos. Por Kátia Cleone Neves.

Todo princípio tem maior ou menor obscuridade com relação a sua aparência, mais nenhum momento na história foi tão obscuro como o início do cristianismo. Quem a não ser o próprio Jesus poderia vislumbrar as proporções gigantescas que seu exemplo de vida, sua mensagem, sua morte e ressurreição tomariam após sua ascensão? Quem poderia supor que aqueles humildes seguidores dariam continuidade a sua missão, negando-se a si mesmos, ao ponto de seguir seu Mestre até o vale de sombras e mortes?

Provavelmente ninguém! Mas o bondoso Jesus sabia que aqueles simples homens após a sua partida, estariam prontos para usar suas habilidades com competência, colocando em pratica tudo o que tinham visto e ouvido durante o pequeno período de três anos em que andaram com Ele.

Jesus Cristo esperava que seus amigos, seus escolhidos entendessem que quando Ele volta-se para junto de seu Pai, após concluir sua grande missão, não deveriam desanimar. Na verdade o anseio do amável coração de Jesus era que eles compreendessem que deveriam ser grandes protagonistas no mundo, deixar a marca permanente de seu Mestre na história, assumir o seu lugar e continuar com coragem a obra que Ele iniciará, em seu Nome, e com sua ajuda.

Jesus compreendia que eles enfrentariam grandes perseguições quando Ele volta-se ao lar celeste, por isso lhes fez uma promessa: [...] Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder [...] (Lc. 24.49b). Os discípulos obedeceram à ordem de Jesus e permaneceram unidos em oração no cenáculo até que no dia da festa de pentecostes, Jesus cumpriu sua promessa enviando do céu línguas de fogo sobre cada um, de sorte que todos foram cheios do poder de Deus e começaram a falar em novas línguas.

Desta forma nasceu a igreja, com a subida de Jesus aos céus e a descida do Espírito Santo a terra. Caracterizada pela íntima comunhão dos discípulos com Cristo e uns com os outros a igreja floresceu.

Os discípulos iam por todos os lugares pregando o evangelho de Jesus, espalhando seus ensinamentos, fazendo em seu nome muitos milagres e cumprindo assim sua ordem descrita em Mateus 28.19,20:

Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.

A grande comissão de Jesus aos seus discípulos é profunda e abrangente, pois Ele não nos manda somente “ir” e ganhar almas para o seu reino, sua ordem vai mais além, “ir e ensinar”; portanto é fundamental acompanhar o processo de desenvolvimento e amadurecimento espiritual dos novos membros do reino de Deus, até que possam prosseguir firmes na jornada cristã. Sobre este assunto escreveu o pastor José Antônio de Bem (1999):

É quase um crime esforçar-se para ganhar um pecador para Jesus e depois abandoná-lo às aves de rapina, aos espinhos do caminho, sem a devida assistência.



Jesus sempre foi rodeado por uma grande multidão, as pessoas vinham de muitos lugares para velo, alguns por pura curiosidade, outros para serem curados, mais muitos vinham para ouvi-lo, pois tinham grande amor e devoção.

O Mestre mesmo amando a todos de igual forma, (prova disto é que deu a sua vida voluntariamente por todos) não dedicou seu tempo e suas energias integrais a multidão. Ele escolheu alguns homens tão sujeitos a temores como todos nós. Os doze escolhidos tinham medo, erravam, tinham desejos e ambições, problemas e pecados; mais foram lapidados por Jesus o Mestre por excelência, e se tornaram aptos a realizar a sua obra. Os discípulos não eram todos iguais, eram diferentes uns dos outros, porém todos eles com seus temperamentos, caráter e personalidades eram fundamentais na grande obra que Jesus os mandou realizar.

Ao fazermos esta observação, contida de forma clara nos evangelhos, podemos depreender que ao discipularmos não devemos selecionar os que têm temperamentos ou personalidades iguais as nossas, nem escolher os sábios, cordiais e mansos, ou ainda os de posição sócio-econômica estável. A semelhança de Cristo devemos aceitar alguns cabeças-duras como Pedro. É nosso dever acolher a todos os que realmente tem o desejo e a disposição de deixar o Espírito Santo moldar e operar o grande milagre de nos conformar a imagem e semelhança de Jesus Cristo.

Foi este um dos grandes milagres que o Mestre realizou. É quase inacreditável a transformação que ocorreu na vida dos doze. De homens humildes, acostumados à vida simples nas praias da Galiléia, e velos mais tarde falando até mesmo no respeitado e pomposo sinédrio de Jerusalém. Veja, por exemplo, a transformação ocorrida na vida do instável Pedro, fugindo e negando a Cristo, e depois cheio do Espírito Santo pregando para uma grande multidão com poder e autoridade, seguindo seu meigo Mestre até a morte. É sem duvida um grande milagre do discipulado que tiveram com Jesus.

O treinamento dos doze tinha dois propósitos: Torna-los úteis a Cristo, ajudando-o em sua missão, e continuar sua obra depois que Ele ascendesse ao céu. Os discípulos cumpriram ambos. Qual era sua missão, seu comissionamento? Conseguir convertidos? Novos membros para a igreja ou dizimistas? Não! Sua missão e a nossa hoje é fazer discípulos.

Todos nós podemos compartilhar com alguém o que temos aprendido com Cristo. Nossa vida deve ser um exemplo de maturidade espiritual para que as pessoas que nos cercam vejam a luz de Jesus fluindo através de nós, em nossos atos, palavras e atitudes no viver diário. Que nosso exemplo possa ser usado pelo Senhor para auxiliar no crescimento espiritual daqueles que desejam seguir a Cristo.




quarta-feira, 14 de março de 2012

Conhecer Jesus é tudo! Por Kátia Cleone Neves.

Escuridão, escuridão, escuridão.
Não existia uma só luz em meio a toda aquela imensidão.
Como vim parar aqui?Como cheguei a este lugar?
Minha mente começou a retroceder, e foi fazendo mentalmente todo o caminho de volta.
Parei estupefato a porta de entrada. Não pode ser!
Foi esta porta tão cheia de atrativos que me levou a escuridão?
Luzes coloridas, músicas, garotas, cervejas, fui caminhando bem devagar...
 Drogas, prostituição, inveja, mentira...
 O quadro todo foi mudando e de repente mergulhei na imensidão escura.
Preciso sair daqui, freneticamente como um louco procurei a saída, mas cada porta que eu abria era somente mais uma ilusão. Fiquei desesperado comecei a gritar: - Eu quero sair daqui, preciso de ajuda.       
Mais...  ninguém me ouvia.
Foi quando vi uma pequena luz brilhando lá longe.
Preciso alcançá-la, pensei. E no mesmo instante comecei a correr naquela direção.
Como era difícil o caminho, pedras, buracos, eu escorregava, caia, mas não parava, continuei correndo com medo que ela apaga-se.
Finalmente quase sem fôlego eu alcancei.
Mas... que decepção, era apenas um desses jovens fanáticos com a Bíblia na mão.
Quando eu ia virar as costas para voltar, minha mente estralou.
Se ele fosse tão insignificante teria brilhado com tanta intensidade?
Então parei e lhe perguntei: - Preciso sair deste lugar, aqui é muito escuro. Você tem a solução?
Ele olhou para mim com os olhos brilhantes e com um sorriso que iluminava ainda mais o seu semblante, estendeu calmamente o livro de capa preta e falou: - Eis aí a solução.
Nem mesmo agradeci, sentei-me ali mesmo no chão e comecei a ler rapidamente as páginas daquele livro. Quanto mais lia, mas maravilhado ficava, as trevas foram desaparecendo e de repente surgindo do nada, ouvi uma voz mansa e suave me dizer: - Eu sou Jesus não queres me conhecer ?
Prontamente respondi: - Sim Jesus.
Daquele momento em diante nunca mais fui o mesmo.
Ele mudou a minha vida.
Ele me deu uma paz que excede todo o entendimento.
Ele me deu alegria, me deu estabilidade quando tudo ao meu redor parece estar se desmoronando.
Conhecer Jesus é tudo...
Pois ele me deu vida;
Ele me ensinou o que realmente é viver!
     

terça-feira, 13 de março de 2012

De onde me virá o socorro? - Por Kátia Cleone Neves Machado.

Nos momentos difíceis de nossas vidas, quando tudo parece dar errado, nossa tendência é olhar para baixo. Nossa postura se modifica: encolhemos os ombros, baixamos a cabeça, e nossa visão se limita ao chão, à poeira, aos buracos do caminho.

O Salmo 121 nos diz que devemos erguer nossos olhos, por quê? Porque é lá de cima, do alto que vem o nosso socorro, a nossa ajuda, a nossa esperança. O salmista sabia em quem ele podia confiar, ele sabia que o Senhor não dorme nada está encoberto aos seus olhos ou longe da sua atenção.

Muito tempo se passou desde que o salmista escreveu estas palavras. Jesus Cristo veio ao mundo, se fez carne e habitou entre os homens, dando provas incontestáveis do seu poder, do seu cuidado, do seu imensurável amor. Este amor o levou a dar a sua própria vida em resgate de muitos. E foi assim que em uma sexta-feira Ele entregou sua vida, por mim, por você.

Jesus foi crucificado em uma cruz no alto de um monte. Na cruz com os braços abertos Ele demonstrou seu relacionamento de amor pessoal, que é tanto horizontal - com Deus, quanto vertical – com todos os homens.

Mas a história não acaba assim, não é triste o seu fim, a morte não o pode deter! Após três dias sepultado, num tumulo novo que não era o seu, Ele ressuscitou! Ascendeu vitorioso ao céu, e está assentado a direita do pai, intercedendo por nós. Seus ouvidos atentos ao nosso clamor e seus braços estendidos para nos abençoar.

Quando erguemos os olhos, tiramos nossa atenção do problema e colocamos Naquele que tem a solução. O escritor de Hebreus, no capitulo 12 e versículo dois, nos convoca a olhar para Jesus autor e consumador da nossa fé. Ao olhar para Jesus passamos a ter uma nova visão, uma nova esperança, encontramos em seu olhar coragem para lutar, pois Cristo está conosco e nada, nada mesmo, nenhum problema é maior do que o seu infinito poder.

A Bíblia é o manual de sobrevivência de todo cristão, seus conselhos são verdadeiras fontes de sabedoria, quando aplicamos seus ensinamentos a nossa vida, nos tornamos sábios e felizes.

E então? Não perca mais tempo sofrendo cabisbaixo, erga os seus olhos para o céu, olhe para cima, para o Senhor Jesus Cristo, pois é dele que vem a solução dos seus problemas. Confia no Senhor, sirva a Ele com um coração voluntário, e poderás cantar como o salmista: “Elevo os meus olhos para os montes de onde me virá o socorro?” ele sabia que o socorro vem do Senhor. E você?






Os amigos são instrumentos que Deus usa para cuidar de nós!




Hoje quero agradecer...
Agradecer a Deus por ter vocês, amigos.
As coisas acontecem de forma especial.
Alguns anos atrás a gente não se conhecia...
Porém, ao palmilhar um caminho em busca de um objetivo em comum, nos encontramos.

E assim por meio do nosso amor pela Teologia...
Fomos nos conhecendo, compartilhando.
Vocês entraram na minha vida sutilmente, e agora tomaram conta do meu coração.
Obrigado...
Vocês são mestres, e tenho crescido por meio deste contato com vocês.
Aprendo...
Com a forma como cada um se coloca diante das adversidades da vida;
Com o entusiasmo com que defendem um ponto de vista;
Com suas lutas;
Suas conquistas;
Suas lágrimas;
Seus sorrisos.
Suas vidas agregadas a minha me tornou uma pessoa mas completa.
E é por isso que eu tenho tanto orgulho de ter vocês como meus AMIGOS!!!