Estamos vivendo um tempo em que o relativismo religioso tem se proliferado, igrejas são abertas todos os dias, e surgem inúmeros “pregadores” anunciando uma mensagem que dizem ser a mensagem de Deus.
As
pessoas caminham de um lado para o outro, ávidas por algo que supra as suas
necessidades de forma pronta, imediata, pois esta é uma das características
dessa sociedade pós-moderna, o imediatismo, o aqui e agora.
Diante
deste contexto de pessoas vazias e da procura imediata por soluções, vemos
crescer assombrosamente o “mercado da fé”.
Venha e sirva-se, nossa igreja tem o que você quiser! Esta é uma
realidade, uma triste realidade, e aqueles que verdadeiramente amam a Deus e a
sua palavra muitas vezes se veem impotentes, o que fazer?
Podemos
encontrar o caminho nas palavras de Jesus “E conhecerão a verdade, e a verdade
os libertará” (João 8.32). O conhecimento da doutrina cristã é essencial para a
plena libertação do homem. Destarte urge a necessidade de dar ao ensino
neotestamentário o lugar de preeminência na pregação e no funcionamento das
igrejas contemporâneas. Precisamos ter bem claro o fundamento basilar da nossa
fé.
Observamos
dia a dia desvios doutrinários, heresias sendo introduzida no meio evangélico,
transvestidas de verdade, de adaptação à era em que estamos vivendo. É diante
deste contexto que percebemos a importância do estudo da Teologia do Novo
Testamento, pois ela afastará o cristão dos prejuízos gerados pelos modelos
teológicos modernos, entre os quais se encontra a teologia da prosperidade, a
confissão positiva, a teologia do processo e o teísmo aberto.
Antes,
porém de se expor com mais exatidão a importância da Teologia do Novo
Testamento é importante construir uma definição. Segundo (Granconato, 2014, p
15)
Teologia
do Novo Testamento é o arranjo ordenado das doutrinas reveladas ou reafirmadas
por Deus no século I, detectadas nos escritos neotestamentários e usadas como
fundamento singular e intocável na construção do pensamento, da ética e do
padrão funcional da igreja cristã autentica.
Embora
outras definições possam ser encontradas essa nos mostra de forma mais profunda
sua relevância dentro do contexto contemporâneo.
O
evangelicalismo brasileiro tem suas características e algumas delas bem
preocupantes, muitos lideres acreditam que para manter os fieis interessados na
igreja é necessário introduzir novidades, novas formas de sentir Deus, de
experimentar o transcendente, assim não raro a ênfase é colocada na experiência
pessoal, mística, em detrimento da revelação bíblica.
Geralmente
tais inovações têm surgido nos Estados Unidos e importadas pelo Brasil, uma dessas
importações ocorreu na década de 80 intitulada de “Teologia da prosperidade” embora
pareça recente ela surgiu em 1867 com os ensinamentos de Essek Willian Kenyon
que cunhou a expressão “O que eu confesso, eu possuo”.
Mas,
quem ficou conhecido como pai dessa teologia foi Kenneth Hagin, em 1934 ele
começou seu ministério como pregador batista e depois de três anos se associou
aos pentecostais, ele dizia ter recebido um unção divina para ser mestre e
profeta, segundo ele seus ensinamentos foram transmitidos pelo próprio Deus
mediante revelação especial. No Brasil essa teologia ganhou força nas reuniões
da Adhonep e nas cruzadas de Benny Hinn.
Basicamente
a teologia da prosperidade assegura aos crentes riquezas materiais, saúde
física, vitorias sobre os demônios e maldiçoes, anexa a essa teologia está a
doutrina da confissão positiva que prega a vitoria sobre as vicissitudes da
vida por meio das frases que pronuncia, palavras de ordem ou reprimenda: “Eu
determino” “Eu não aceito” “Eu repreendo” “Eu ordeno” etc.
Apesar
da mensagem que a teologia da prosperidade apregoa não ser encontrada na Bíblia
ela oferece tudo o que os homens anelam e desta forma tem grande sucesso no
Brasil e no mundo. O sucesso desta teologia prejudicial no Brasil comprovam a
necessidade urgente de um retorno da igreja à teologia do Novo Testamento. A
pureza do evangelho é o único antídoto contra a supertição e a fraude
religiosa.
Conhecer
a Teologia do Novo Testamento levará o cristão a fugir também da teologia do
processo cujo modelo doutrinário mostra um Deus que não é eterno, onisciente e
muito menos imutável. Para os teólogos do processo Deus não realiza
intervenções sobrenaturais na história nem conhece o futuro, pois este depende
das decisões livres dos indivíduos.
O
teísmo aberto ensina que sendo o homem verdadeiramente livre, isso impede que
Deus exerça controle sobre o universo, pois não pode interferir nas escolhas
humanas, desta forma Deus limita sua soberania e assim se abre a fim de
garantir o exercício do livre-arbítrio humano em toda a sua plenitude.
Segundo
(Granconato, 2014. P19)
A
diferença entre a teologia do processo e o teísmo aberto, presentes também no
Brasil, parece estar apenas em seu ponto de partida. A primeira tira as rédeas
da história das mãos de Deus partindo de uma concepção que o insere numa rede
de relacionamentos dentro da qual a própria divindade sofre mudanças fatais e
só é capaz de fazer tentativas de intervenção no destino do universo. A segunda
reduz a soberania divina partindo de uma tônica inflexível sobre a liberdade
humana, tendo-a como intocável. Em ambos os casos, a vontade pessoal de Deus
deve ceder diante das decisões humanas. Assim, é Deus quem diz ao homem: “Seja
feita a sua vontade”.
Quais
os instrumentos que o cristão pode utilizar para fazer oposição a esses
ensinos? Como resistir a essas filosofias transvestidas de verdades bíblicas?
Salientamos que somente a instrução que emana das sagradas escrituras poderá
livrar o cristão de cair nos devaneios da vã sabedoria humana.
Estudando o Novo Testamento, o
cristão rejeitará a teologia do processo, aprendendo que Deus é transcendente,
distinto do universo que criou, situando-se infinitamente acima dele (At17.24;
Ef 1.21-22; Ap 3.14; 4.11). Descobrirá que o Senhor não é imutável somente em
seu caráter e anseios, mas também em suas decisões e na forma como administra
sua graça (Tg 1.17). Além disso, descobrirá ainda que a vontade de Deus é
soberana, não podendo jamais ser resistida (Rm 9.19-21; Ef 1.11); que seu
conhecimento do futuro é pleno e certo (Mt 24.2; Lc 17.30-31; 2Ts 2.1-12; Ap
1.19), visto que o amanhã foi escrito e determinado por ele (At 4.27-28). E
mais: o estudioso da teologia cristã autêntica encontrará a verdade de que Deus
não somente interfere na história das pessoas dando-lhe o rumo que bem entende
(At 17.26), mas que ele também altera a vontade dos homens, endurecendo ou
quebrantando o coração de quem quer (Jo 6.65; At 16.14; Rm 9.18; Ef 2.13). Ao
final, esse estudante fatalmente concordará, sem reservas, com a famosa
distinção que Blaise Pascal (1623-1662) fez em seu Memorial: “Deus de
Abraão, de Isaque e de Jacó e não dos filósofos e dos sábios...”. (Granconato, 2014. P20)
Como
podemos observar o mosaico do engano doutrinário é diversificado, comprovando a
importância de um retorno as sagradas escrituras, a igreja precisa voltar-se
com mais dedicação a Teologia do novo testamento, e reconhecer sua relevância e
necessidade dentro do contexto social e religioso contemporâneo.
REFERÊNCIAS
GRANCONATO,
Marcos. Fundamentos da Teologia do Novo
Testamento. São Paulo: Mundo Cristão2014. 216p.
SAGRADA,
Bíblia de estudo pentecostal. Estados Unidos: CPAD, 1995. 2030p.
Edificante mensagem, irmã Kátia. Que a potente mão do Senhor esteja contigo !!!
ResponderExcluir